ANA e Chesf apontam para uma vazão de até 500 m³/s em Sobradinho
No decorrer da reunião por teleconferência realizada na última segunda-feira, 18 de janeiro, a partir de Brasília (DF) para os diversos estados inseridos na bacia do rio São Francisco, os representantes da Agência Nacional de Águas (ANA) sinalizaram com a possibilidade de reduzir a vazão da Barragem de Sobradinho dos atuais 800 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 500 m³/s, como forma de evitar o uso do chamado volume morto do reservatório.
A notícia dessa possibilidade, recebida com inquietação por vários participantes da reunião, veio como resultado da apresentação pela equipe da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) da análise que praticamente descarta o uso significativo do volume morto para fins de geração de energia hidrelétrica, apesar de a barragem possuir descarga de fundo que permite essa utilização.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, que participou da teleconferência a partir da sede do colegiado, em Maceió (AL), solicitou acesso ao teor da análise da Chesf para submetê-la ao exame dos especialistas do Comitê. “No possível acesso ao volume morto de Sobradinho haverá sempre algum nível de impacto, mas impacto negativo ainda maior será causado por uma redução tão dramática quanto 500m³/s”, ponderou.
Diante do quadro, Miranda voltou a propor o estudo de novas alternativas que garantam a sobrevivência do rio e apontou para a necessidade da restrição de outorgas. “Se, no decorrer de 2016 a situação hidrometeorológica chegar aos piores extremos, o que não é o cenário mais provável, será preciso encontrar novas alternativas, tais como restrição de outorgas, para dividir o peso desses impactos e evitar vazões de volume tão degradantes para um ecossistema já estressado além do limite”, considerou.
O presidente da ANA, Vicente Andreu, também participou da reunião à distância. Em resposta à demanda do presidente do CBHSF, Andreu prometeu que na próxima segunda-feira, 25 de janeiro, durante a nova teleconferência programada, a equipe técnica da agência federal deverá apresentar um primeiro levantamento do volume de água outorgado na bacia do São Francisco. Nesse mesmo estudo, deverá constar qual o peso que eventuais limites de restrição de uso da água teria no esforço para melhorar o volume útil das barragens e evitar reduções ainda maiores de vazões.
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