O pagador de Promessas é atração de “Uma Ideia na Cabeça”
Ação de projeto da Funceb, IPAC e FPC exibe filmes dos anos anteriores à Tropicália, no Palacete das Artes. Grátis
Até 31 de março, sempre às quartas-feiras as 17h, no Palacete das Artes, a ação Uma ideia na Cabeça apresenta ao público diversos filmes baianos dos anos 60, dentro da programação do projeto Tropicália: Régua e Compasso. Nesta ação já foram exibidos diversos filmes, como: Redenção (1958), Tocaia no Asfalto (1952), Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), dentre outros. No dia 8 de março, quarta-feira, será a vez do O Pagador de Promessas (1962), do diretor Anselmo Duarte, entrar na programação.
O filme conta a história de Zé do Burro, um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé de carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso até a igreja de Santa Bárbara em Salvador. Baseado na peça de Dias Gomes foi o único filme brasileiro a receber a Palma de Ouro em Cannes.
Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, será exibido no dia 15. Passado num país fictício, Eldorado, o filme é uma grande parábola da história do Brasil no período 1960-66, com seus personagens de diferentes tendências políticas. Sua narrativa alegórica e operística, levada a extremos, causou grande polêmica na época, influenciando até hoje, vários cineastas.
Dia 22/03, é a vez de Macunaíma (1969), do diretor Joaquim Pedro de Andrade baseado na obra de Mario de Andrade, um grande sucesso de bilheteria do cinema nacional. Herói preguiçoso e sem nenhum caráter, nasceu na selva e, de preto, virou branco. Depois de adulto deixa o sertão em companhia dos irmãos e vive aventuras na cidade. Macunaíma ama vários tipos de mulheres, enfrenta vilões milionários e personagens mitológicos.
Para encerrar o projeto, dia 29, será exibido Tropicália, do diretor Marcelo Machado. O documentário traz uma análise sobre o importante movimento musical homônimo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. Resgata uma fase na história do Brasil em que a cena musical fervilhava e os festivais revelavam novos talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria com a ditadura dos militares no poder, o que fez com que artistas, intelectuais e ativistas fossem torturados, mortos e exilados do país.
Até o final do mês, a exposição Tropicália: régua e compasso – com curadoria de Murilo Ribeiro – diretor do Palacete, fica montada para visitação, inspirando ações paralelas do projeto, idealizado por Fernanda Tourinho, diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), que realiza o projeto com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) – ao qual pertence o Palacete das Artes -, e com a Fundação Pedro Calmon (FPC), entidades vinculadas à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).
A mostra conta com peças de artistas da música, da dança, e das artes visuais em evidência nos anos 60, como Lina Bo Bardi, Walter Smetack, Yanka Rudzka, Carybé, Juarez Paraíso, Lênio Braga, Jenner Augusto, Pierre Verger, além de fotos dos acervos de Lia e Silvio Robatto, recentemente doados ao Centro de Memória da Bahia.
Mais Cinema no Museu – Além do projeto, toda sexta, o cinema no museu vai apresentar o tema Pequenas Grandes Obras. Dia 3 de março, do diretor Michael Radford, O carteiro e o poeta; dia 10 Se meu apartamento falasse, de Billy Wilder; dia 17, A Visita, do diretor Bernhard Wicki; dia 24, Cinzas e diamantes, de Andrzej Wajda; e dia 31, Precipícios D’alma, dirigido por David Miller.
Serviço:
Tropicália: Régua e Compasso
Local: Palacete das Artes – Rua da Graça, 289, Graça
Visitação da exposição: terça a sexta, das 13h às 19h, sábado, domingo e feriado, das 14h às 19h
Programação até março, às terças, quartas e quintas-feiras sempre a partir das 17h:
A Sopa de Maria: Terças-feiras, 14 e 28/03
Uma Ideia na Cabeça: Quarta-feiras, até 31/03
Essa Noite se Improvisa: Quintas-feiras, 23 e 28/03
Seminário e lançamento de revista: Dias 29 e 30/03
Texto: Cleide Nunes
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