28/2 – Dia Mundial de Doenças Raras: Você conhece a esclerose múltipla?
Neurologista explica sobre a doença e alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças raras são definidas a partir da quantidade de pessoas diagnosticadas. Isso quer dizer que se a cada 100.000 pessoas, 65 indivíduos são afetados, ela já pode ser definida como rara.
Em 2018, através da Portaria nº 199/2.014, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas, que variam de enfermidade para enfermidade, assim como de pessoa para pessoa afetada pela mesma condição, o que dificulta o diagnóstico e consequentemente o tratamento. Essas doenças geralmente são crônicas, progressivas e incapacitantes, podendo ser degenerativas, afetando a qualidade de vida e, por vezes, levando a morte, como é o caso da Esclerose Múltipla.
A neurologista da Clínica IBIS, integrante do Grupo Cita, Dra. Priscila Rosa, explica que mesmo sendo oriunda de causas ainda desconhecidas, mas possivelmente desencadeada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais, essa condição é um transtorno que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), ocasionando problemas de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, fazendo com que o paciente necessite de acompanhamento clínico, neurológico, fisioterápico e fonoaudiológico.
Esclerose Múltipla: Do diagnóstico ao tratamento
Apesar de não ser uma doença hereditária, é possível que, se houver algum caso na família, a Esclerose Múltipla se desenvolva com maior probabilidade e por isso, no diagnóstico são utilizados os critérios específicos que consideram vários aspectos clínicos (como histórico familiar) e de imagem associado à análise do líquor (líquido extraído através de uma punção na coluna lombar), com a pesquisa de marcadores específicos. Mesmo que muitas das doenças consideradas raras ainda não sejam passíveis de cura, há casos em que, após o início do tratamento, os pacientes levem anos sem manifestar novos sintomas. Dra. Priscila Rosa, afirma que isso pode ocorrer de acordo com a resposta auto imune de cada paciente aos tratamentos infusionais para aliviar os sintomas ou retardar seu aparecimento e ao evitar as inflamações agudas.
“O tratamento dos pacientes nessa condição pode ser feito em ambiente hospitalar ou em Centros de Terapia Medicamentosa. Nos surtos (atividade de doença) corticoides em dose alta ou plasmaférese (é um tratamento no qual usamos uma máquina para remover elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças) ou imunoglobulina humana (medicamentos utilizados no controle de desordens imunológicas e inflamatórias). A terapêutica a ser utilizada depende de cada paciente.”
Priscila Rosa é neurologista na clínica IBIS – Salvador, pertencente ao Grupo CITA (Centros Integrados de Terapia Assistida), referência em tratamentos de doenças autoimunes no Brasil e está disponível para entrevistas sobre “Esclerose Múltipla”.