Você sabe o que é Varíola dos Macacos?

Monkeypox é uma zoonose causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae, que se assemelha à varíola humana, erradicada em 1980. O primeiro caso humano da Monkeypox foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola (BRASIL, 2022). Ocorre principalmente na África Central e Ocidental, nas proximidades de florestas tropicais e cada vez mais frequente em áreas urbanas. Algumas espécies de animais foram identificadas como suscetíveis, principalmente roedores e primatas não humanos. Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola.

A transmissão entre humanos ocorre, principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. O vírus então entra no organismo através da pele, superfícies mucosas (por exemplo, oral, faríngea, ocular e genital) ou através do trato respiratório. O período infeccioso pode variar, mas geralmente os pacientes são considerados transmissíveis até que as lesões da pele tenham crostas. As partículas virais podem se dispersar no ar e ser inaladas, pousar na pele ou nas membranas mucosas e levar à transmissão e infecção. No entanto, dados são limitados sobre contaminação de superfície e transmissão de fômites, além de roupas contaminadas. Segundo dados da OMS, os monkeypox vírus são geralmente mais resistentes às condições ambientais e apresentam alta estabilidade.

Em 15 de maio de 2022, foram notificados 4 casos confirmados de Monkeypox pelo Reino Unido. A partir daí, foram registrados casos em alguns países da Europa, América do Norte e América do Sul. Sendo que, em 23 de julho, a OMS decretou que o atual surto da doença se constitui uma Emergência em Saúde de Importância Internacional (ESPII). No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado dia 8 de junho, em um residente do Estado de São Paulo, homem de 41 anos que viajou à Espanha. Na Bahia, o primeiro caso foi registrado no dia 13 de julho, residente no município de Salvador, em um homem, de 32 anos, com histórico de viagem a Fortaleza/Ceará.

Quais são os sinais/sintomas?

Os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas. Na pele, surgem lesões de consistência mais dura, visíveis e elevadas; a febre tem início súbito e há presença de inchaço dos gânglios, popularmente identificado como ínguas, sendo essa uma característica clínica importante para distinguir a Monkeypox de outras doenças. Outros sintomas incluem dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas.

Principais sintomas:

  • Lesões na pele, como erupções e manchas;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Aumento de ínguas (linfonodos) em algumas partes do corpo;
  • Dores musculares e fraqueza.

Transmissão

Qualquer pessoa está suscetível ao vírus, sendo que a transmissão da Monkeypox pode ocorrer por meio de:

  •  Contato com a pele de pessoas doentes (como um simples toque ou um abraço, por exemplo);
  •  Contato com as secreções de pessoas doentes como saliva, muco nasal, fluídos corporais em geral, suor e sangue (o que pode se dar através de beijos, por exemplo);
  •  Contato com as gotículas expelidas durante a respiração;
  •  Contato pela manipulação de objetos e superfícies contaminadas com secreções de indivíduos doentes, como lençóis, roupas e banheiros.

Observação: A Monkeypox não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), pois pode infectar qualquer pessoa a partir de contatos próximos com indivíduos contaminados.

Prevenção

  • Mantenha o paciente em isolamento, quando possível, em quarto com ambiente ventilado e em cama separada, além de manter o distanciamento de pelo menos 1m de outras pessoas;
  • Utilize máscara e proteja as lesões para evitar a exposição;
  • Evite aglomerações como festas e shows;
  • Limpe frequentemente (mais de uma vez ao dia) as superfícies suspeitas de contaminação, principalmente o banheiro;
  • Separe, evite a manipulação, e higienize roupas pessoais, de cama e banho com água quente;
  • Lave as mãos com frequência, sobretudo antes de ir ao banheiro, de cozinhar ou se alimentar;
  • Use toalha descartável, ou troque as de tecido sempre que estiverem úmidas. Na impossibilidade da lavagem das mãos, utilize álcool 70%;
  • Não compartilhe talheres, que devem ser lavados com água quente (próximo do ponto de fervura) e sabão comum. Na indisponibilidade de água aquecida, pode ser utilizada solução contendo água sanitária;
  • Descarte resíduos contaminados como máscaras, curativos e bandagens de forma adequada, utilizando 2 sacos de lixo;
  • Ao descartar o lixo de pessoas contaminadps, utilize sempre que possível, luvas descartáveis;
  • Pessoas contaminadas ou suspeitas devem evitar a atividade sexual, mesmo com uso de preservativos, durante todo o período de manifestação da doença;
  • Pessoas ou profissionais que tenham contato com o paciente em isolamento domiciliar devem evitar tocar as lesões do paciente e, em caso de necessidade de manejo, usar luvas descartáveis ou lavar as mãos com água e sabão, antes e depois do contato. O uso de máscara cirúrgica também é recomendado trocando sempre que estiverem úmidas ou danificadas, higienizando as mãos adequadamente antes e após a troca.

Dúvidas frequentes

1. O que fazer se eu achar que estou doente?

A pessoa de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de febre, inchaço dos linfonodos (ínguas, caroços) do pescoço e, principalmente, as lesões na pele deve procurar um serviço de saúde para avaliação.

2. Qual a diferença entre Monkeypox e Varíola Humana?

A varíola humana não é a Monkeypox. A Monkeypox é uma doença endêmica ocorrida em países da África, enquanto que a varíola humana foi declarada erradicada pela Organização Mundial da Saúde em 1980. Destaca-se que a varíola humana é causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus e família Variolae e a Monkeypox é causada pelo monkeypox vírus do mesmo gênero e da família Poxviridae.

3. Quem está mais vulnerável à Monkeypox?

A transmissão via gotículas usualmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, membros da família e contatos próximos das pessoas doentes mais vulneráveis ao risco de contaminação.

4. Qual é o tratamento recomendado para Monkeypox?

O tratamento da Monkeypox é baseado em medidas com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações, além de evitar sequelas. Em caso suspeito da doença, deve ser realizado o isolamento imediato do indivíduo, o rastreamento de contatos e vigilância adequada dessas pessoas. O período de isolamento individual só deverá ser encerrado com o desaparecimento completo das lesões.

5. Neste momento, existe recomendação de vacinação contra Monkeypox no Brasil?

A vacinação universal não é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em países não endêmicos da doença, como o Brasil. O Ministério da Saúde está em contato com a OMS para discutir o cenário epidemiológico da Monkeypox e o processo de aquisição de vacinas, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil. Existem atualmente duas empresas que produzem essas vacinas. Uma delas utiliza um método de aplicação chamado escarificação e a outra por injeção intramuscular. A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) está em tratativas com o fabricante para que, o mais breve possível, essas vacinas estejam disponíveis.

6. As pessoas podem morrer de Monkeypox?

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem naturalmente em poucas semanas. No entanto, é possível a ocorrência de casos graves e óbitos, normalmente em pacientes com outras doenças ou imunossuprimidos.

7. Como fazer uma notificação?

Em caso suspeito da doença, as vigilâncias epidemiológicas municipais devem realizar o rastreamento de contatos em tempo oportuno.

CIEVS-BA pode ser contatado através de:
Telefone: (71) 99994-1088 | (71) 3115-4342
e-mail: variolamacacos@saude.ba.gov.br e/ou cievs.notifica@saude.ba.gov.br

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