Nova/sb cria dossiê para falar sobre suicídio
Suicídio é um tema extremamente delicado e, por diversos motivos, tido como um tabu social. Enquanto redações convivem com regras que delimitam ou até impedem que o tema seja tratado de forma profunda, empática e cuidadosa e pessoas convivem com a dificuldade conseguirem falar sobre o tema, o Brasil é atualmente o oitavo país com mais suicídios do mundo. Falando especificamente no nosso país, o panorama tem se tornado mais grave nos últimos anos – o tema alcançou seu ápice de buscas no Google dos últimos cinco anos. Para piorar, se alguns dos países com maior incidência de suicídio do mundo a taxa tem permanecido estável, por aqui ela cresce ano a ano. Considerando estes números a Nova SB criou o Comunica Que Muda, projeto que criou um dossiê em forma de site para abordar o assunto.
Por lá existem conteúdos sobre como abordar o assunto, caso você conheça alguém passando por uma situação difícil ou para quem se interessar no tema. É uma ótima oportunidade para que marcas e outras agências pensem em abordar o tema de forma sensível e que faça diferença positiva no coletivo social, trabalho tão importante da comunicação. Veja alguns dos dados colhidos:
De acordo com o Mapa da Violência, entre 2002 e 2012, o total de suicídios passou de 7.726 para 10.321, um aumento de 33,6%, o triplo da taxa de crescimento da população, que ficou em 11,1%. A taxa é de 5,3 casos para cada 100 mil habitantes. O índice também fica acima do aumento nas taxas das outras principais formas de mortes violentas no mesmo período, como homicídios (2,1%) e acidentes de trânsito (24,5%).
Considerando estess números, a nova/sb, por meio do Comunica Que Muda (CQM), foi a fundo no assunto a partir do que se fala nas redes sociais. Foram capturadas 1.230.197 menções sobre suicídio entre os meses de abril e maio de 2017 nas principais redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e YouTube). Durante o período, os destaques foram os números de comentários sobre o crime virtual da Baleia Azul e a série 13 Reasons Why (Netflix).
Bia Pereira, coordenadora-geral do Comunica Que Muda falou sobre o ambiente: “As redes sociais surgiram há pouco tempo, mas entraram no cenário social com um forte chute na porta. Em poucos anos, tomaram conta de muitas horas gastas na web. Depois delas, mudamos muito a maneira com que nos relacionamos, e até como vemos a importância das nossas relações. Apesar de mais conectados, observamos que a abordagem sobre o suicídio ainda é muito superficial. Se de um lado, menos de 30% dos internautas que comentaram o assunto demonstraram alguma conscientização, por outro quase 20% do conteúdo das redes são de mensagens preconceituosas, que reforçam o tabu, incentivam o comportamento autodestrutivo ou impedem o socorro por quem passa esse problema”. E completa: “Entretanto, é entre os jovens que as taxas apresentaram o maior crescimento, de 2002 a 2012, o que preocupa bastante. Ninguém é culpado por um suicídio. Ele não é previsível, mas pode ser prevenido. O suicídio tem sido tabu por um longo tempo e as taxas continuam crescendo. Não falar não está ajudando. Não tratar um problema não faz com que ele desapareça. Ao contrário, apenas permite que cresça no escuro. Por isso, precisamos derrubar esse tabu. Esta inclusive é a orientação dos especialistas e da própria Organização Mundial de Saúde (OMS)”, destaca Bia Pereira, da nova/sb.
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