Microtrios e Nanotrio Levaram Guitarra Baiana para o Campo Grande e Samba ao Pelourinho no dia 5

Rixô Elétrico, Garampiola, BaianaFolia e Rural Elétrica desfilaram no Circuito Osmar, enquanto

o Microtrio 100 Anos de Samba – Bambas da Bahia esteve no Batatinha

A Rural Elétrica, com a banda Flor Serena, levou xote e martelos de galope para agitar a avenida

O circuito Osmar (Campo Grande) ficou mais alegre e colorido com a presença dos microtrios e nanotrio que marcam o Carnaval Pipoca 2016. Ontem (5), à tarde, os microtrios Garampiola, Rural Elétrica e BaianaFolia; e o nanotrio Rixô Elétrico levaram a guitarra baiana para a avenida com as melhores canções dos carnavais das antigas. Os foliões aproveitaram também para curtir e fotografar a diversidade estampada na alegoria do Microtrio 100 Anos de Samba – Bambas da Bahia no Circuito Batatinha (Pelourinho). Os microtrios e nanotrios integram o programa Carnaval Pipoca do Governo do Estado, realizado pela Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA) através do CCPI (Centro de Culturas Populares e Identitárias).

A foliã Avani Santos, 40 anos sempre curtiu mais a folia no Pelourinho, e este ano esteve no Campo Grande. Ela viu nos micro e nanotrios como oportunidade de aproveitar o Carnaval sem cordas em outros circuitos. “Super inusitado! Lembra o Carnaval das antigas e a família pode trazer as crianças”, disse a foliã.

Pela primeira vez no Carnaval Pipoca, o BaianaFolia desfilou e homenageou o axé music. O projeto também retoma o Carnaval de época, dos frevos temperados por rock, marchinhas, MPB e axé, misturados com a diversidade musical dos dias atuais. Atrás do carro, que leva apenas o baterista, os artistas tocam na pista, junto com os foliões. Para Cacau Lopes, vocalista do BaianaFolia, cantar ao lado do público é uma realização. “Não tem preço. É o sonho de todo artista.” Músicos na bateria, na guitarra baiana, na guitarra e no contrabaixo, seguem com o cantor.

O microtrio Garampiola fez uma seleção cuidadosa em seu repertório de músicas e conta com a baixista Lívia Sena, novidade feminina na atração musical do projeto. “No museu de novidades do Garampiola, além da playlist exclusiva, a presença feminina de Lívia no baixo abrilhanta a nossa banda”, disse o produtor Ubiratan Silva.

A Rural Elétrica, com a banda Flor Serena, levou xote e martelos de galope para agitar os presentes. Os ritmos, que são tocados também nas festas juninas, foram acompanhados de marchinhas, samba, frevos e dobrados. Sob o comando de Verlando Gomes, a Rural Elétrica saiu este ano pela primeira vez no Carnaval Pipoca“Acredito que as pessoas necessitam destas músicas no Carnaval”, disse Bolinho, produtor, músico percussionista e idealizador do projeto.

Acompanhado dos músicos Shafiek Patriarca (baterista), Fábio Rocha (baixista), Elilson Amorim (tecladista) e Dorguinho (baixo), o nanotrio Rixô Elétrico, sob o comando de Fred Menendez na guitarra baiana, o Rixô Elétrico trouxe para o Carnaval, clássicos dos antigos carnavais. A apresentação foi marcada por muitas improvisações de guitarra e por canções de frevo, axé, lambada e MPB.

Microtrio também tem samba

No Carnaval 2016, o Microtrio 100 anos de Samba presta uma homenagem aos bambas da Bahia. A banda Samba do Bereguedê, principal atração do projeto, envolveu o folião com samba do Recôncavo, o samba chula, além de releituras de famosas composições baianas como ‘Ilha de Maré’, de Walmir Lima, e ‘Cada Macaco no Seu Galho’, de Riachão. O microtrio foi para as ruas, ornamentado com caricaturas em grafite de grandes ícones do samba da Bahia como Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Gal do Beco e Dona Edith do Prato, além de bustos em homenagem a Riachão e Batatinha.

Ubiraci, o Bira Negro de Fé, vocalista da Samba do Bereguedê, contou sobre a alegria de proporcionar o Carnaval de rua aos foliões. “Penso na grande riqueza que herdamos dos nossos pais e avós em forma de ritmo. O samba está na raiz do nosso Carnaval, o Axé é originado do samba, por isso o ritmo original tem lugar de honra do Carnaval da Bahia”, concluiu o vocalista.

Os foliões do Centro Histórico puderam reviver um pouco os carnavais passados. O aposentado Joel Alcântara, 76, acompanhado de Yara Moreira, da mesma idade, comemorou o primeiro dia de folia do casal. “Acho muito bom a retomada da cultura carnavalesca antiga. É a velha guarda voltando a frequentar o Pelô”, festejou. Mas nem só de veteranos é feito o Carnaval Pipoca. Manuela Martins, professora, 23, levou duas crianças para a festa no Pelourinho. “Aproveito muito mais o Carnaval do Centro Histórico. O resgate da nossa cultura é bom para todo mundo, principalmente para as crianças”, explicou a professora.

CARNAVAL DA CULTURA

O Carnaval da Cultura 2016 é o carnaval da democracia e da diversidade, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Ouro Negro – que apoia blocos afro, de samba, de índios, reggae e afoxés, Carnaval Pipoca – com a criatividade dos microtrios e nanotrios e Outros Carnavais, que inclui a folia dos Mascarados em Maragojipe. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br.

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