Blocos do Ouro Negro reverenciam terreiro e orixás no Campo Grande
Desfile dos blocos afro e de samba deram o tom da folia
Associados do bloco Reduto do Samba, do bairro do Tororó, desfilaram de
abadá vermelho e branco e chapéu de sambista
Terreiros de Candomblé da Bahia e seus orixás foram tema de blocos que desfilaram no Campo Grande, dia (5), segundo dia de Carnaval. O Cortejo Afro, o Bloco Alvorada, Os Negões e Filhos de Marujo encheram de cores e alegria as ruas do centro de Salvador. Já blocos de samba, como Reduto do Samba, Clube do Samba e Samba e Folia, fizeram a diversão do povo trazendo convidados para alegria dos associados e público pipoca. Dentre os convidados desfilaram o cantor Arlindo Cruz a cantora Juliana Ribeiro, no Bloco Soweto, Katulê no bloco da Saudade, e o convidado de projeção nacional trazido pelo Reduto do Samba, o sambista Xande de Pilares.
A cor dourada deu o tom da fantasia do Cortejo Afro, que trouxe o tema “Oxum, a Dona do Colar de Ouro”, o que reforça o compromisso com a questão da estética e da elegância da entidade. O Bloco Alvorada fez uma homenagem ao centenário do Terreiro Bate Folha, referência maior do Candomblé de Nação Angola no Brasil, fundado em 1916. Por meio das músicas, vestimentas e reverência aos orixás, os mais de três mil foliões contaram um pouco sobre a Casa de Santo que fica no bairro da Mata Escura.
Seguidoras de Oxum, as idosas Maria José da Silva, 82 anos e Maria dos Anjos, 90 anos, não abrem mão de desfilar na ala da terceira idade do Cortejo. Nascidas em Cosme de Farias, onde o Cortejo tem uma das suas raízes, elas falam da emoção de trazer para a rua um pouco da história do povo de santo. “Vivemos a nossa religião nos nossos terreiros, mas é uma emoção especial quando colocamos o bloco na rua para todo mundo ver”, disse a professora aposentada Maria dos Anjos.
Já o bloco Reduto do Samba, originado do bairro do Tororó e da escola de samba “Filhos do Tororó”, coloriu o Campo Grande com um abadá vermelho e branco e chapéu de sambista. O casal Célia Lúcia, 49, e Edivaldo Souza Filho, 56, curtem o bloco por razões diferentes. Para ele, o pagode de Xandy do Harmonia do Samba é o motivo. “Mas para mim, gosto mais do samba de Xande de Pilares”, afirma Célia, desfazendo do esposo. Juntos vão desfilando até o fim do circuito.
Adentrando a madrugada de sábado (6), os blocos de samba, Soweto, Q. Felicidade e Samba Popular colocaram o público para cair no ritmo e fizeram seu desfile com brilho, encerrando o segundo dia de desfile dos blocos apoiados pelo Carnaval Ouro Negro, que integra a programação do Carnaval da Cultura do Governo do Estado, realizado pela Secretaria de Cultura através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).
CARNAVAL DA CULTURA
O Carnaval da Cultura 2016 é o carnaval da democracia e da diversidade, que leva para as ruas, durante todos os dias e circuitos da folia, a mistura de ritmos e gêneros musicais e, principalmente, a estética e a arte de diferentes artistas, grupos e entidades culturais da Bahia. São centenas de atrações e shows gratuitos de afoxé, samba, reggae, axé, pop, MPB, fanfarras e muito mais. É diversão garantida para todos os gostos e estilos no espaço público da rua para alegria do folião. O Carnaval da Cultura – uma realização da Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, por meio do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) – está organizado a partir de quatro programas: Carnaval do Pelô, Carnaval Ouro Negro, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais. A programação completa de nossa festa está disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br e www.carnaval.bahia.com.br.
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