Como lidar com a solidão?

A solidão é um sentimento universal, que pode afetar desde crianças até idosos em algum momento da vida e decorre de uma resposta emocional ao isolamento, quando a rede de relações sociais de uma pessoa é deficitária, ausente ou negligente.

Em geral, as pessoas que sofrem com a solidão costumam nutrir pensamentos ansiosos sobre a falta de conexão ou comunicação com outros indivíduos e convivem com uma avalanche de pensamentos desagradáveis e negativos. “Apesar de frequentemente associada ao isolamento e à falta de companhias, a solidão também pode surgir quando a pessoa, apesar de cercada de familiares e amigos, não consegue estabelecer relações significativas”, diz Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.

O sentimento, que causa forte angústia e dor, também pode levar ao surgimento de transtornos de ansiedade, humor e até mesmo à depressão. Acima de tudo, conforme explica o especialista, somos seres sociais e o aprendizado, a soma de conhecimento e a evolução de cada um vêm a partir das interações com outras pessoas. Isso fica muito claro quando, por exemplo, pensamos que as interações sociais têm início logo na infância, época na qual pais e cuidadores são cruciais para toda aprendizagem, desde hábitos de higiene e alimentares até o gosto pela leitura, por esportes, etc. “É exatamente por isso que é tão importante ter uma sólida rede de apoio, com quem se importa e demonstra afeto, essa troca traz consigo os sentimentos de fortalecimento de autoestima e segurança”, diz o especialista.

A solidão tem tratamento?
Sim. É importante que a pessoa busque ajuda com profissionais da área da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras e o tratamento envolve o uso de medicações (quando necessárias) e o suporte psicológico. Inclusive, os psicólogos conhecidos como Acompanhantes Terapêuticos (ATs) são muito procurados nestes casos. “O AT atua diretamente no ambiente do paciente, identificando gatilhos e situações que causam o problema, podendo, dessa forma, propor estratégias importantes para a pessoa sair da situação”, explica Colombini. “Ajudamos o paciente a resgatar sua autonomia, organizar sua rotina, com foco sobretudo na sua ressocialização”, completa.

Boas estratégias para acabar com a solidão
Segundo Colombini, quando a pessoa está sofrendo com a solidão, o mais importante é buscar ajuda especializada. Mas algumas atitudes simples do dia a dia também podem contribuir para a melhora do quadro. Veja a seguir:

1) Abra espaço para novas experiências. Que tal iniciar um curso de idiomas, frequentar uma academia ou fazer parte de um clube em sua comunidade? Isso faz com que você amplie seu círculo social e se sinta menos sozinho… novas e ótimas conexões podem surgir de situações como essas.

2) Faça exercícios físicos. Correr, nadar, pedalar, caminhar em meio a natureza…todas essas atividades liberam hormônios como a dopamina, elevando sua sensação de bem-estar e fazendo com que você fique mais relaxado.

3) Adote um animal de estimação. Um estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, comprovou que ter um animal de estimação — como um cachorro — ajuda a reduzir a sensação de solidão de seu dono. Isso porque o animal facilita e aumenta as interações sociais com os vizinhos e outras pessoas, o que acaba por reduzir o isolamento social. E também estimulam atividades como a caminhada ao ar livre, muito benéfica para o humor.

4) Pratique o autocuidado. Fazer uma boa leitura, preparar um banho relaxante, passar uma tarde na livraria. Estas são algumas práticas que promovem relaxamento e bem-estar e cuidar de si com paciência e compaixão ajuda você a fortalecer o vínculo com você mesmo, o que, consequentemente, ameniza os sentimentos de solidão.

Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.

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