O que o Kobe Bryant tem a ver com O Dia do Mídia?
*Luca Lima
Tenho certeza de que você já leu uma infinidade de materiais sobre: a importância da leitura precisa dos dados para criações mais disruptivas, o perigo que vivemos de ter conteúdos binários pautados em engajamento e com zero poder de criar vínculos com os consumidores, que só a criatividade consegue quebrar o padrão de consumo de atenção do consumidor e que a mídia tem papel fundamental para estabelecer esse diálogo… e você já sabe como continua o resto.
Esses temas são muito importantes, claro, mas não é sobre isso que eu quero chamar a atenção hoje. É sobre pessoas.
Sobre os mídias que fizeram o departamento ser um dos mais relevantes, não apenas nas agências, como organizações como um todo. É muito importante reconhecer o trabalho desses profissionais que lutaram para obter este reconhecimento. Até pouco tempo, o que sobrava para o mídia numa apresentação de duas horas eram menos de dez minutos. Era preciso fazer milagre com esse pequeno espaço. Era quase como narrar uma partida de futebol ou disputar uma corrida com a voz dos comerciais de remédio que a gente mal consegue acompanhar “ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado”.
Esses mídias se posicionaram e fizeram uma mudança sutil, mas de grande valia para todo o setor: começaram as apresentações dos projetos pela mídia, reforçando a importância dos dados em uma decisão criativa. Isso se refletiu em argumento para manter os softwares de pesquisa, por exemplo. Entre vários outros impactos positivos e que repercutem até hoje.
Certa vez, eu li sobre o Kobe Bryant, lenda da NBA que faleceu 2 anos atrás – cedo demais, por sinal. Kobe dizia que o atributo que ele mais admirava nos jogadores era a curiosidade. Nenhum outro atributo físico ou mental como era de se esperar. Ele afirmava que um jogador curioso nunca se acomoda, sempre pergunta o porquê de cada jogada e, por isso, sempre vai querer ser um jogador melhor.
Concordo com Kobe. Criatividade e curiosidade caminham juntas, e é isso que faz de nós profissionais melhores. Neste Dia do Mídia, devemos reconhecer que esses profissionais usaram esses dois atributos para mudar a história. Essas pessoas foram além da entrega final. Eles se reinventaram para permanecer relevantes e se tornarem cada vez mais essa peça-chave, em qualquer lugar que se olhe.
Hoje temos CEOs que foram mídia de formação e também em posições altamente estratégicas dentro de plataformas e empresas globais. Claro que o contexto macro de comunicação que vivemos teve impacto direto nisso, mas acho que essa geração anterior a minha não recebeu crédito suficiente.
Então, hoje, Dia do Mídia, nada mais justo que falar, reconhecer e agradecer o trabalho de todos que vieram antes, pavimentaram o caminho e ajudaram a mídia a deixar de ser um pouco menos “a do plano de mídia” ou “plano em Excel” para ser completamente fundamental em qualquer organização que pretende um futuro promissor.
Obrigado, Mídias.
Luca Lima, Diretor de Mídia na Publicis, Agência do Ano no Caboré e maior agência do Estado de SP.