Fabiano de Abreu recebe político português no ‘Mesa Filosófica’ e fala sobre o uso excessivo das redes sociais
Paulo Teixeira vê como algo positivo o advento das redes sociais e das telecomunicações, mas acredita que o problema está no uso exagerado das ferramentas tecnológicas e da internet: “quando vejo uma pessoa de 80 anos que se recusava a mexer numa máquina de calcular e que através da internet deixa de estar isolado do mundo, vê as notícias, lê os jornais, acho positivo. Infelizmente hoje em dia tendemos a exagerar no uso da internet. Existe todo tipo de informação na internet, não podemos vulgarizar e dizer que a internet é o mal de tudo”.
Fabiano chamou também a atenção para uma de suas teorias, que levanta a hipótese de que nós estamos a ficar menos inteligentes pelo uso excessivo da internet: “As informações vem tão ‘mastigadas’ que o cérebro se adapta a não precisar lembrar, a ter de armazenar, tendo assim um sistema de busca externo. Minha hipótese é que seremos menos inteligentes no futuro, ou talvez apenas teremos um tipo de inteligência diferente que ainda não conseguimos entender. O Google mastiga a informação e nosso cérebro entende essa praticidade, logo pode ser que nossa inteligência será diferente da atual, compartilhada com as máquinas. Hoje você tem a agenda que te lembra das coisas. Você não precisa mais lembrar de nada, como se o seu cérebro estivesse totalmente interligado à rede social. Mas também se ela cair, você também apaga”
Paulo Teixeira referiu que esta teoria pode sim estar correta e que as novas gerações podem ter um grau de dependência ainda maior da internet: “as novas gerações que virão já não devem ler livros de papel, nem jornais impressos. Hoje em dia as famílias não convivem, não interagem, passam mais tempo no virtual. O conceito de vida antes das redes sociais era outro antes, hoje há um excesso e as pessoas acabam realmente mais dependentes da internet. Sempre que eu quero consultar uma coisa com mais cuidado eu recorro aos meus livros, na minha biblioteca. Nem sempre aquilo que a internet nos diz é verdade. Mas às vezes o sr. Google erra”.