Anúncios entre vídeos no Facebook podem prejudicar sua marca

Há alguns dias, um amigo meu no Facebook fez um post dizendo que iria parar de curtir determinada marca. O motivo? Um comercial dela interrompeu o vídeo que ele estava assistindo.

O novo formato vem sendo testado desde janeiro e é uma saída para tirar os grandes produtores do YouTube. Neste caso, a verba deste anúncio é dividida entre produtor (55%) e, claro, o Facebook (45%).

No entanto, o formato acaba sendo um retrocesso. Não para o Facebook, mas sim para as marcas. E isso pode se tornar um grande vilão no Brasil.

O atraso do mercado digital no Brasil é culpa de todos: agências, que preferem ganhar 20% das grandes mídias, e dos clientes que ainda menosprezam as novas mídias. E este será um passo falso rumo ao entendimento do mercado digital. É apenas um Ad Break, adaptação dos comerciais de TV para o mundo online.

O público está fugindo dos anúncios

As redes sociais nasceram para conectar pessoas, as marcas são secundárias e devem trazer entretenimento para o canal. Se as pessoas estão fugindo de comerciais, parece não ser inteligente investir neste novo formato. Vídeos mais longos, por exemplo, podem receber até três Ad Breaks de 20 segundos, são pausas maiores do que um filme da sessão da tarde.

Se você ainda não está confiante, saiba que até mesmo as interações de imagens bonitinhas são praticamente nulas:

A página do Toddynho possui 1.3 milhões de fãs. No entanto, posts como esse recebem apenas 34 interações, algo como 0,002%. O motivo? Elas interrompem a navegação durante a linha do tempo, assim como os vídeos.

E não para por ai

Os anúncios de vídeo vão começar a aparecer agora entre as transmissões ao vivo também, o que pode até mesmo desmotivar a continuidade do telespectador.

O futuro no presente

O digital traz mais resultados com conteúdo próprio. Marcas como Coca-Cola, Netflix e Heineken possui até mesmo o departamento de Real Time Marketing, monitorando o que está acontecendo em tempo real na internet e se aproveitar disso para criar conteúdos. Desta maneira, ao invés de utilizar a autoridade de outros canais, você constrói a sua própria imagem com investimento similar.

E agora, você ainda está a fim de dar um passo para trás?

Por Renato Melo, sócio-diretor da Iska Digital

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