CARNAVAL DA CULTURA GARANTE ESPAÇO PARA FESTA DE RUA DEMOCRÁTICA E CENTENAS DE MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS

Ao contemplar blocos afros, afoxés, de índios, de samba, microtrios, nanotrios, bandas de sopro e percussão, performances, palcos para shows e desfiles de chão em seis dias de intensa programação, o Carnaval da Cultural 2016 reafirmou-se como movimento que representa o espírito democrático da festa e expressão maior da cultura popular. Da quinta-feira, 4 de fevereiro, à terça-feira, 9, o folião tomou conta das ruas, avenidas e praças em projetos apoiados pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (SecultBA) – Carnaval Ouro Negro, Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais. Juntos, os três programas envolveram mais de 10 mil artistas – entre cantores, bailarinos e instrumentistas, em mais de 350 shows e performances artísticas.

O Carnaval da Cultura 2016 contou com investimento da ordem de R$ 11 milhões, e teve, entre seus principais destaques, participações inéditas de grandes artistas no Carnaval do Pelô, como Paulinho da Viola e Zezé Motta, na folia que ficou marcada pela homenagem ao centenário do primeiro samba gravado no Brasil. O palco do Largo do Pelourinho virou cenário para um momento memorável para a história do samba brasileiro ao receber 12 bambas que são figuras emblemáticas na trajetória do gênero musical, como Riachão, Nelson Rufino, Raymundo Sodré, Claudete Macedo, Cacau do Pandeiro, Walmir Lima, Roberto Mendes, Gal do Beco, Firmino de Itapuã, João do Boi, Edil Pacheco e Paulinho da Viola. Eles receberam uma homenagem do Secretário da Cultura, Jorge Portugal, por sua importância para o fortalecimento dessa genuína expressão da cultura popular brasileira. Nos dias de reinado de Momo, a festa no Pelourinho contou com público de cerca de 1,2 milhão de pessoas.

Este ano, o programa Ouro Negro beneficiou 94 entidades, em sua maioria agremiações que desenvolvem, durante todo o ano, trabalhos sociais. Juntos, esses blocos envolveram a apresentação de mais de 5 mil artistas e arrastaram cerca de 1,5 milhões de associados, que têm nos desfiles de Carnaval a alegria de reviver suas raízes culturais e sociais, fortalecendo a sua identidade.  Já quem preferiu invadir os circuitos fora das cordas, teve no programa Carnaval Pipoca boas surpresas com os desfiles de 12 projetos de microtrios e nanotrios, que fortaleceram, por mais um ano, um movimento que parte da espontaneidade, criatividade e diversidade de propostas para embalar o folião das ruas.

O secretário de Cultura do Estado da Bahia, Jorge Portugal, avalia de forma positiva os resultados da festa: “O Carnaval da Cultura bateu em cheio em minhas expectativas e, em alguns momentos, excedeu. A gente teve diversidade e criatividade sem cordas. O Pelourinho ofereceu toda essa diversidade que está no discurso, no desejo das pessoas, aliada ao padrão de civilidade do público. Homenageamos o samba com muita alegria e profunda emoção. Esse gênero musical genuinamente brasileiro, nascido na Bahia e fundamental para nossa cultura. Por isso, a importância de reverenciar os bambas, seus mais ilustres representantes. Esse momento ficará para sempre guardado na minha memória afetiva. Mais uma vez, o público do BaianaSystem invadiu o Pelourinho e lotou o Largo. Isso sem falar no brilho do Ouro Negro e na tradição dos mascarados de Maragojipe”.

Portugal aproveitou os dias de folia para anunciar o tema de 2017 do Carnaval do Pelô, 50 anos da Tropicália. “Está na órbita do meu desejo eu abrir o Carnaval do Pelourinho com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé. Aí a ideia é continuar com os desdobramentos do Tropicalismo pelo menos na Bahia e fechar com o BaianaSystem, que para mim é o último grande filho da Tropicália”, planeja.

A coordenadora do Centro de Culturas Populares e Identitárias da SecultBA, Arany Santana, destaca que o Carnaval da Cultura tem como missão salvaguardar as raízes e tradições do nosso povo. “O Carnaval da Cultura amadureceu e vem crescendo gradativamente, um Carnaval diferenciado, do microtrio, do nanotrio, da boa música, do samba, dos bons artistas, das crianças, da diversidade. Também os blocos Ouro Negro brilharam na avenida, alcançando um estágio elevado de maturidade, beleza e compromisso. Nós estamos vivendo um momento ímpar de valorização das manifestações populares. É a volta às nossas raízes que vem nos fortalecer para termos um Carnaval de cultura e conhecimento, em busca da paz” 

OURO NEGRO

Em seu nono ano, o Programa Ouro Negro fechou a Folia de Momo 2016 com chave de ouro. As 94 agremiações contempladas este ano levaram para as ruas dos circuitos Dodô, Osmar e Batatinha desfiles dos blocos de samba, de índios, afro, afoxé e de reggae em seis dias de folia. No circuito Osmar, o destaque ficou por conta da quinta-feira do samba. Os blocos Alerta Geral, Pagode Total, Amor e Paixão, Proibido Proibir, Corrente do Samba, Fogueirão e Samba & Folia reuniram cerca de 30 mil associados. Também chamou atenção a plástica dos blocos afro Malê de Balê, Bankoma, Didá, Cortejo Afro e Okambì, que encantaram com tamanha beleza.

Assim como o afro percussivo, o afro reggae esteve presente através das entidades Reggae, o Bloco e Banana Reggae. Destaque para as agremiações indígenas Apaches do Tororó e Comanches do Pelô que, em mais um ano de resistência, levaram para as ruas a cultura do índio ao desfilar pelas ruas do Circuito Osmar (Campo Grande), arrastando suas tribos com milhares de foliões.

Apesar do protagonismo dos blocos afro e afoxés em desfilar pelas ruas do Circuito Osmar, o Circuito Dodô tem recebido, a cada ano, um maior número de blocos dessa natureza. Este ano, o percurso Barra-Ondina ouviu ecoar o som dos tambores das entidades afro e afoxé, no domingo, segunda e terça-feira de Carnaval. Passaram por lá no domingo (7), o Cortejo Afro e Mulheradas arrastando milhares de foliões. Já na segunda-feira, foi à vez do Malê Debalê, Muzenza, Filhos de Gandhy e Filhas de Gandhy. O Ouro Negro também pautou o carnaval da criançada com três agremiações. Acompanhada dos pais, a garotada foi à forra nos blocos Todo Menino é um Rei, Pequeno Príncipe de Airá e Ibeji.

CARNAVAL DO PELÔ

Um carnaval seguro, democrático, sem trios e cordas, movimentou o Centro Histórico durante seis dias de folia. Com o tema “100 anos de Samba”, o Carnaval do Pelô homenageou ao aniversário de 100 anos da gravação do primeiro samba, “Pelo Telefone”, do compositor Donga. A folia trouxe uma programação ampla e diversificada, que contou com grandes artistas de diferentes gerações do gênero musical, além de muitos representantes de outros estilos. Na festa do Pelô, teve espaço para hip-hop, pop rock, reggae, afro, afro pop, arrocha, guitarra baiana, orquestra, frevo, os ritmos dos antigos carnavais e muitos outros sons que agitaram públicos de todos os gostos, gerações e vibes.

Entre os destaques nos palcos dos largos Pedro Archanjo, Tereza Batista e Quincas Berro D’Água, o Pipoca Black, que reuniu no mesmo palco a cantora Juliana Ribeiro, o sambista Nelson Rufino e a banda Adão Negro. Outras apresentações, como a da banda Scambo, fizeram o espaço onde ocorreu alcançar a lotação máxima.

Aconteceram 15 grandes shows no palco principal da folia, o Largo do Pelourinho, que foi mais uma vez cenário de encontros musicais memoráveis e momentos históricos repletos de emoção, como a abertura oficial na sexta (05), com os shows de Paulinho da Viola, Roberto Mendes e do Samba Chula João do Boi, quando o Secretário de Cultura Jorge Portugal homenageou doze bambas do samba. Foi com muita honra e alegria que recebi o convite para tocar pela primeira vez nessa festa grandiosa que é o Carnaval de Salvador. Fico ainda mais feliz de poder cantar ao lado dessas pessoas que, de uma forma tão verdadeira, representam a história do samba”, afirmou Paulinho da Viola, após ser um dos homenageados.

Além de Paulinho, outros 43 artistas ou bandas fizeram a sua estreia no Carnaval do Pelô. Entre eles, o Opanijé, Carla Visi, Paula Lima, Adão Negro, Virgílio, Moreno Veloso, Targino Gondin, Felipe Cordeiro, Ana Mametto, Adelmo Casé, Pali OJC, Lucas Santana, Scambo e os Mascarados do Carnaval de Maragojipe. As Ganhadeiras de Itapuã, Zezé Motta e Aiace Félix também estrearam juntas em um encontro marcante que celebrou a Chica da Silva

Isso sem falar nos 86 desfiles de grupos de performance, bandinhas e bandões de sopro e percussão, que ocuparam 14 ruas do Pelourinho com muitas cores, culturas, expressões e musicalidade. Juntos foram percorridos por todos os grupos 227,5 km durante os dias da folia. As homenagens ao samba também estiveram presentes em diversas das apresentações itinerantes, por todo o lado se viam bonecões representando os sambistas mais famosos do Brasil, músicas do gênero e caracterizações que faziam referência ao tema. Como já se tornou tradição, as orquestras tiveram espaço garantido na programação, realizando bailes que relembravam os antigos carnavais e faziam diversas homenagens ao samba. Foram ao todo seis orquestras, uma a cada dia da folia.

Novidade que se tornou sensação no Carnaval do Pelô, os bailes infantis aconteceram durante quatro dias no Largo Pedro Archanjo. Além de participar dos shows e de brincadeiras, as crianças tiveram acesso a pintura de rosto e aplicação gratuita de turbantes africanos. Repetindo o sucesso do ano anterior, a banda BaianaSystem reuniu uma multidão no show que fez o Largo do Pelourinho tremer durante o encerramento do Carnaval do Pelô. A banda, que vem deixando a sua marca e contribuição na história moderna do Carnaval de Salvador, mostrou a força da sua terapia do som ao comandar com maestria cerca de dez mil foliões.

CARNAVAL PIPOCA                                  

Mais de 80 artistas divididos em 12 projetos irreverentes e criativos dos microtrios e nanotrios fizeram a folia do Carnaval Pipoca 2016 em três circuitos: Batatinha (Pelourinho), Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra-Ondina). Os sete microtrios e cinco nanotrios, que aqueceram juntos as turbinas já na quinta-feira de Carnaval (4), às 19h, no Largo Terreiro de Jesus (Pelourinho), voltaram a desfilar nos outros dias de festa, totalizando 24 apresentações que animaram os foliões pipoca.

Completando 20 anos de Carnaval, o ‘MicroTrio de Ivan Huol – Uma Família Colorida’ trouxe um convidado especial na tarde de terça-feira (9), no Circuito Dodô. Amigo do projeto de Ivan Huol de muitos carnavais, Chico César realizou mais uma edição da ‘Jam de Asfalto’, uma sessão de improvisação carnavalesca onde músicos são convidados a tocar juntos, bem no meio dos foliões.

Pela primeira vez no Carnaval Pipoca, o BaianaFolia homenageou a axé music. O projeto também retomou o Carnaval de época, dos frevos temperados por rock, marchinhas, MPB e axé. Sob o comando de Verlando Gomes, a Rural Elétrica saiu pela primeira vez no Carnaval Pipoca e, com a banda Flor Serena, levou xote e martelos de galope para agitar os foliões. Já o Microtrio 100 anos de Samba fez uma homenagem aos bambas da Bahia.

Este ano foi a segunda vez que o microtrio Peixinho Elétrico e Chico Gomes animou aos foliões pipoca no Carnaval. Chico Gomes, liderando a banda Marana, além de músicas autorais, tocou frevo, samba reggae, reggae, samba de roda e muitos outros ritmos pedidos pelos foliões. O Microtrio Tuk Tuk Sonoro chegou… No Carnaval Pipoca de Salvador, em 2016, completou o terceiro ano de realização do projeto. Construído a partir de um triciclo, o microtrio entonou o repertório especial preparado pela musicista Sylvia Patrícia.  Também teve Microtrio Garampiola, que fez uma seleção cuidadosa para apresentar uma  playlist exclusiva.

Nanotrios – Através de veículos movidos por tração humana ou pedais, os nanotrios foram outro destaque este ano, entre eles o Bicicletrio que cantou grandes sucessos do ícone do rock brasileiro Raul Seixas com arranjos que misturavam guitarra baiana e marchinhas carnavalescas. Já sob o comando de Fred Menendez na guitarra baiana, o Rixô Elétrico trouxe clássicos dos antigos carnavais.  Ainda tiveram os nanotrios Arrastão Multicultural Guiné-Bahia, Tabuleiro Sonoro e Peu Meurray e o Coletivo Gente Boa se Atrai, que levou às ruas a irreverência dos tambores de pneu e seu nanotrio Baby Sauro pela terceira vez ao Carnaval Pipoca.

OUTROS CARNAVAIS

O Carnaval de Maragojipe, que integra o projeto Outros Carnavais, da SecultBA, tem mais de 180 anos. Na cidade com cerca de 40 mil habitantes, localizada a 140 quilômetros da capital baiana, é preservada e renovada a cada ano a tradição dos mascarados, que se esbaldaram durante o Carnaval da Cultura 2016. Iniciada no sábado (06.02) e finalizada na terça-feira (09.02), a festa reuniu cerca de 80 mil pessoas.  Além da programação com shows com 27 atrações, reunindo mais de cem artistas, como Adão Negro, Bailinho de Quinta, Orquestra Popular de Maragojipe, o destaque foi o disputado concurso dos mascarados, com suas fantasias e máscaras de diversos materiais. 

CARNAVAL DA CULTURA 2016 em números:

INVESTIMENTOS

TOTAL: R$ 11 milhões

Incluindo Carnaval Ouro Negro, Carnaval do Pelô, Carnaval Pipoca e Outros Carnavais. 

Mais de 350 shows e performances artísticas 

ATRAÇÕES

Carnaval Ouro Negro – 94 entidades (5.800 artistas, entre músicos, dançarinos e percussionistas).

Carnaval do Pelô – 220 shows e performances artísticas (1.600 artistas e músicos, incluindo cantores, músicos de orquestra, de cordas, de sopro e de percussão, além de performers, dançarinos e atores).

Carnaval Pipoca – 12 microtrios e nanotrios (80 músicos)

Outros Carnavais – 27 atrações

PÚBLICO ESTIMADO

Carnaval do Pelô – 1,2 milhão de pessoas

Outros carnavais – 80 mil pessoas

COMUNICAÇÃO EM SITE E NAS MÍDIAS SOCIAIS

– 60 horas de cobertura diária nas mídias sociais.

– Mais de 90 matérias publicadas no site oficial da SecultBA (www.cultura.ba.gov.br) e também no site do Carnaval da Bahia (www.carnaval.bahia.com.br)

– Mais de 2,2 mil fotos de cobertura foram disponibilizadas no Flickr da SecultBA, separadas em mais de 70 álbuns.

 – Canais de divulgação utilizados: Twitter, Facebook, Instagram , Youtube e Site.

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