UFBA vai reformar a Residência Universitária do Corredor da Vitória

Localizado numa das áreas mais nobres de Salvador, o casarão da Residência Universitária 1 da UFBA, no Corredor da Vitória, será reformado. Os preparativos, que envolvem desmontar móveis dos quartos e deslocá-los para outras dependências, começaram na semana passada. “Será uma reforma com cara de restauro, respeitando o valor histórico da casa”, diz o superintendente de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai), Fábio Velame. O casarão oferece atualmente 72 vagas e, após a reforma, passará a disponibilizar cerca de 80. No momento, apenas 45 vagas estão ocupadas, já que as 27 restantes estão sendo utilizadas para remanejar os residentes durante as obras.

Serão preservadas as características arquitetônicas do casarão em estilo neocolonial adquirido pela UFBA na década de 1950, a exemplo da platibanda, uma continuação da parede externa que esconde o telhado, dando forma de linhas retas à arquitetura. “É o marco de uma época”, diz Velame. Forros, pisos e escadas, em sua maioria de madeira nobre, quando possível também serão restaurados e conservados, sobretudo nas áreas de circulação, a exemplo do grande corredor que atravessa o primeiro andar da construção.

A reforma seguirá um cronograma que começa no térreo, fachada e telhado, seguindo para o segundo e o primeiro andares. As partes elétricas, hidráulicas e de cabeamento de internet da casa serão totalmente renovadas, assim como revestimentos, bancadas para a cozinha, calhas, pinturas, entre outros. Em um momento de severa restrição orçamentária, a UFBA contará com recursos provenientes de emenda parlamentar direcionada pelo deputado federal Valmir Assunção para custear a obra.

O térreo é o pavimento que enfrenta mais problemas em razão da umidade e mofo. O forro de madeira, deteriorado, será substituído por gesso. No banheiro, serão trocados o piso e os boxes, e as esquadrias serão ampliadas para melhorar a ventilação. Pela primeira vez, a casa contará com um banheiro com acessibilidade para cadeirantes nesse andar, e o projeto prevê a construção de outros banheiros com acessibilidade nos demais andares. A expectativa é que no futuro haja um elevador no casarão.

As paredes do casarão foram construídas com tijolos de adobe, material com elevada capilaridade, tanto de baixo para cima, como nas laterais, explica Velame, o que dificulta a missão de acabar com a umidade. A solução técnica encontrada pela equipe da Sumai para resolver o problema prevê a construção uma espécie de câmara de ar, por meio de uma parede interna afastada no mínimo em cinco e no máximo em dez centímetros da parede original. “Essa parede fica estanque e não se contamina com a umidade da parede externa, bloqueando a entrada de umidade”, observa Velame. Outra medida é a realização de jardinagem para impermeabilizar o terreno.

Adquirido em 1951, na gestão do fundador e primeiro reitor da UFBA, Edgard Santos, o imóvel foi inicialmente chamado de “Casa do Universitário” e era destinado exclusivamente a alojar estudantes homens. A casa recebia universitários do interior da Bahia e de outros estados que, pelo valor de 180 contos de réis mensais, tinham direito a um quarto mobiliado e café da manhã, sendo as demais refeições servidas no Restaurante Universitário, então instalado nos fundos da casa. Ainda hoje, o Ponto de Distribuição de Refeições da Residência funciona a todo vapor e serve, diariamente, cerca de mil refeições por dia.

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