Vamos trabalhar

Não há resposta à crise que não seja pelo trabalho. Isso é um clichê e uma verdade. E trabalhar do jeito que as circunstâncias impõem: mais consciente, mais alerta, mais ágil, ainda mais frugal, tomando as medidas duras e as medidas necessárias.

Eu, por exemplo, tive de demitir, com muita tristeza, um dos meus melhores amigos. Ele é ultra competente, só que o que ele fazia na empresa acabou. A função foi desidratada com a crise. Se o tivesse mantido no cargo, não teria sido bom nem para ele, nem para a empresa. Graças a Deus, meu amigo, que é muito competente, está trabalhando por conta própria e vai muito bem, obrigado.

A crise não deve dominar corações e mentes. Ela deve dominar as ações. Falar para dentro da organização é fundamental, se não a crise vai ser a única pauta. Não dá para a empresa e seus talentos acordarem todo dia num país em crise e trabalharem o dia todo com esse espírito. A empresa precisa de foco, de pauta, de metas objetivas e adequadas. E animação. É hora de ser Silvio Santos e espalhar entusiasmo, celebrar cada conquista, mesmo as pequenas.

Se as soluções da porta para fora são difíceis e complexas, da porta para dentro dá para consertar muita coisa. A crise para isso é ótima. Como dizia Juscelino Kubitschek, com erro não há compromisso. Não perca tempo na defensiva, tentando justificá-los. Melhor aprender com eles e seguir em frente.

Mais importante do que ter razão, é ter sucesso. E orelhas bem abertas. Ouvir os outros com atenção é ferramenta poderosa para a liderança.

E atitude quente é muito mais importante que o conhecimento frio. Sem personalidade, você não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos – e os robôs já fazem isso.

Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. A crise é boa para isso também.

Eu era gordo, fiquei magro.

Era criativo, virei empreendedor.

Era baiano, virei também paulista, nova-iorquino, global.

Procuro nos jornais e nas revistas ver gente que está ganhando dinheiro para copiar o que estão fazendo, adaptando à minha realidade. E acredito muito em gerir andando. Não vivo na minha sala. Ando muito na empresa. Circulo muito. Mais do que nunca, precisamos estar no chão da fábrica.

Um dos meus maiores ídolos é Winston Churchill. Ele comandou o destino de sua nação e inspirou seus compatriotas usando o rádio.  Com seu enorme poder de oratória, usou aquela nova tecnologia para entrar nos lares britânicos e no coração da população.

Meu celular é um rádio. É um instrumento que uso para estar perto das pessoas. Nunca deixo de ter contato pessoal, ele é insubstituível. Mas com meu celular – seu WhatsApp, seu e-mail, seu SMS – posso aplaudir, cobrar, alertar, fazer reunião, ouvir, prospectar, corrigir, trabalhar de qualquer lugar.

Daqui a pouco, os aviões brasileiros terão wi-fi nos voos. Aí será perfeito. Poderemos trabalhar na terra e no céu.

E é trabalhando que o Brasil vai voltar a voar.

Fonte: Nizan Guanaes | Influencer | Sócio-fundador do Grupo ABC e Embaixador da Boa Vontade da UNESCO | Artigo Publicado em 4 de agosto de 2015.

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